Franquia “Extermínio” ganha fôlego com novo filme: curiosidades sobre o universo dos infectados

Desde o lançamento de Extermínio (28 Days Later) em 2002, a franquia britânica redefiniu o gênero de terror zumbi com uma abordagem mais visceral, realista e acelerada. Seu impacto se manteve com a sequência Extermínio 2 (28 Weeks Later), e agora os fãs aguardam com expectativa 28 Years Later, o próximo capítulo dessa saga apocalíptica.

Confira abaixo fatos marcantes sobre a origem, a produção e o legado dessa franquia que virou referência no cinema de horror moderno.

A ideia nasceu em uma pizzaria de Londres

O conceito inicial de Extermínio surgiu durante uma conversa informal entre o roteirista Alex Garland e o produtor Andrew MacDonald, em uma pizzaria localizada na Charlotte Street, em Londres. Durante o jantar, Garland lançou a ideia: “É um filme com zumbis que correm, se passa durante o dia e é em Londres.” A proposta chamou a atenção imediatamente, e Garland decidiu escrever o roteiro por conta própria.

O projeto ganhou força com a entrada do diretor Danny Boyle, que já havia trabalhado com Garland em A Praia (baseado em um romance do próprio Garland) e com MacDonald em filmes como Trainspotting e Cova Rasa.

Videogames inspiraram os zumbis velozes

Embora Extermínio tenha claras influências dos clássicos de George A. Romero, como A Noite dos Mortos-Vivos, Garland também buscou inspiração em fontes inesperadas — entre elas, o romance de ficção científica O Dia das Trífides, de John Wyndham, e especialmente os jogos da franquia Resident Evil.

Foi jogando Resident Evil que Garland percebeu que os zumbis lentos não causavam tanto medo quanto a escassez de munição. Ele imaginou então: “E se os zumbis se movessem com a velocidade dos cachorros?” Assim nasceu a ideia dos infectados ágeis, que hoje são marca registrada da franquia.

O primeiro filme não foi filmado como um longa tradicional

Em vez de câmeras de cinema convencionais, grande parte de Extermínio foi gravada com uma Canon XL-1, uma filmadora digital de consumo, que custava cerca de US$ 4 mil e utilizava fitas MiniDV. Essa escolha, feita por Boyle e pelo diretor de fotografia Anthony Dod Mantle, conferiu ao filme um visual cru e documental.

As cenas mais icônicas — como Cillian Murphy vagando por uma Londres completamente deserta — não usaram efeitos especiais. Em vez disso, a equipe gravava ao amanhecer, antes da movimentação nas ruas, pedindo aos poucos pedestres para esperar alguns minutos enquanto montavam rapidamente os cenários. “Eles pediam para as pessoas pararem de andar, a equipe de arte entrava correndo, montava tudo em segundos e tínhamos câmeras espalhadas por toda parte”, relembrou Murphy.

Filmagens que hoje seriam impossíveis

Segundo Boyle, algumas cenas só foram possíveis porque foram realizadas antes dos atentados de 11 de setembro. “Virar um ônibus em Whitehall, literalmente em frente à Downing Street… hoje seria impensável. Só conseguimos por causa da ousadia do designer de produção, Mark Tildesley, que garantiu que conseguiria montar e desmontar tudo em 15 minutos. E ele cumpriu.”

Um legado que continua contaminando o cinema

Extermínio não apenas renovou o gênero zumbi com uma estética realista e uma narrativa intensa, mas também influenciou outras produções e se tornou uma das franquias mais marcantes do terror moderno. Com 28 Years Later a caminho, o universo dos infectados promete novos sustos e reflexões sobre o colapso da civilização diante do medo, da violência e do instinto de sobrevivência.